Abertura
No silêncio da casa,
entre brinquedos, teclas e velas...
uma canção invisível começou a tocar.
Sobre a obra
Esta série nasceu sem pressa, como nascem as canções mais íntimas.
Fotografar aqui foi escutar: escutar os gestos, a luz, a repetição, o
tempo.
Em cada imagem, há algo que não se vê de imediato. É preciso olhar
devagar
— como quem ouve uma música pela primeira vez.
O teclado, as velas, a criança — todos personagens de uma casa que
sussurra afeto e memória. As fotografias não são cenas montadas, mas
flagrantes delicados de um cotidiano encantado.
Uma homenagem à rotina como partitura. Ao silêncio como verso.
A luz antes do som.
Gesto, escuta, repetição...
O silêncio não pesa - ele ensina a escutar.
A chama não ilumina: ela revela.
E no reflexo da chama, a canção ficou guardada.
O som se esconde onde a luz repousa.
Manifesto
Canções que só o silêncio ouve
não se lê — se escuta com os olhos.
Cada imagem é um compasso,
cada vela, uma nota.
Aqui, a rotina é melodia.
E o silêncio…
esse, é sempre o primeiro som.
Fotografia e direção por Carla Padilha
Série realizada em 2025